segunda-feira, 31 de maio de 2010

As Multinacionais Brasileiras

   O título acima parece contraditório. Se multinacionais são empresas, como o próprio nome diz, de vários países, como poderiam ser brasileiras? O correto seria afirmar multinacionais de origem brasileira. Ou, empresas brasileiras de atuação multinacionais.
  O Brasil, que há dez anos se coloca entre os cinco principais paises em desenvolvimento absorvedores de investimentos diretos estrangeiros, também tem posição de destaque entre os maiores investidores no exterior. Petrobras, Vale do Rio Doce e Gerdau são empresas brasileiras que aparecem no ranking das 50 maiores entre os países em desenvolvimento. Mas há muitas outras, igualmente bem sucedidas, como Alpargatas, Weg, Marcopolo, Sadia, Perdigão, etc.
  O estoque de investimentos diretos brasileiros no exterior atingiu US$ 71,5 bilhões em 2005. Isso nos coloca em sexto lugar no ranking, após Hong Kong, com US$ 470 bilhões, Ilhas Virgens Britânicas, US$ 123 bilhões, Rússia US$ 120 bilhões, Cingapura, US$ 111 bilhões e Taiwan, US$ 97 bilhões. 

As 10 maiores multinacionais brasileiras (2006)

1 – Companhia Vale do Rio Doce
2 – Petrobrás
3 – Grupo Gerdau
4 – Embraer
5 – Grupo Votorantim
6 – CSN
7 – Camargo Corrêa
8 – Grupo Odebrecht
9 – Aracruz
10 – WEG


Postado por: Jovana

O Comércio Exterior Brasileiro

    Comércio exterior é a troca de bens e serviços realizada entre fronteiras internacionais ou territoriais. Normalmente representa uma grande parcela do PIB. Até 1960, o Brasil exportava produtos primários como o algodão, cacau, fumo, açúcar, madeira, carne, café (representando 70% das exportações) e outros. Os produtos naturais não manufaturados representavam taxa maior que 95% nas exportações.
    Hoje, o Brasil exporta diversos produtos industrializados e semimanufaturados como calçados, suco de laranja, produtos têxteis, óleos comestíveis, bebidas, alimentos industrializados, aparelhos mecânicos, armamentos, produtos químicos, material de transporte e outros chegando a 55% e 65% das exportações. 
    Os principais mercados que o Brasil exporta seus produtos são: União Européia, Estados Unidos, Argentina, Japão, Paraguai, Uruguai, México, Chile, China, Taiwan, Coréia do Sul e Arábia Saudita. 






Postado por: Jovana

O Brasil e a ALCA

A estratégia do regime de Lula é promover os seus competitivos produtores agro-exportadores e conseguir acesso sem entraves aos mercados norte-americanos e europeus, especialmente de produtos cítricos e de soja, um negócio multibilionário em dólares. Para atingir esta finalidade Lula deixou definitivamente de lado qualquer reforma agrária interna séria, assentando apenas 2000 famílias nos primeiros 9 meses do seu governo, a décima parte dos governos anteriores, a trigésima das 60 mil famílias que havia prometido e uma sexagésima daquilo que exige o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Os agricultores corporativos do Oeste e do Sul dos EUA contam com uma voz poderosa em Washington e opõem-se a qualquer redução de barreiras comerciais e subsídios, e a administração Bush confia no seu apoio político.

Para contrapor-se à resistência dos EUA àquilo que Lula denomina um mercado livre "verdadeiro e completo", a equipe de Lula formulu uma estratégia de pressão colectiva por meio de coligações com outros países. Na reunião de Cancún dos ministros do Comércio do mundo todo (Setembro de 2003), o Brasil esteve na vanguarda da oposição do "grupo dos 21" (países do terceiro mundo que incluem a China, a Índia e a África do Sul), exigindo o fim dos subsídios comerciais estadunidenses e europeus e a regulamentação anti-dumping. O Brasil assumiu a liderança em Cancún e obteve vantagem estratégica para as suas próprias negociações bilaterais com os EUA, a fim de impulsionar os interesses agro-exportadores sob a bandeira da "anti-globalização". A política de Lula foi, de facto, promover o neoliberalismo simétrico, e não tinha qualquer interesse em defender os pequenos agricultores que produzem para o mercado local.

A segunda estratégia do governo Lula é consolidar e ampliar o Mercosul (grupo regional de integração económica integrado pela Argentina, Uruguai e Paraguai para incluir a Bolívia, Chile, Peru e Venezuela), não como alternativa à ALCA e sim como uma ferramenta para fortalecer a sua posição de negociação internacional em relação à América do Norte (Finantial Times, 26/Ago/03, pg. 3).

A terceira estratégia relacionada é envolver-se em acordos bilaterais de livre comércio com outros países latino-americano a fim de conseguir mercados e apresentar aos EUA uma oportunidade muito lucrativa de ganhar diversos mercados abertos se estiverem realmente dispostos a abandonar as suas políticas protecionistas.

O Brasil não está construindo um sistema alternativo de integração que exclua os EUA em si. Está, sim, tentando forçar os EUA a liberalizar e a proporcionar oportunidades comerciais à elite agrária que constitui a espinha dorsal da estratégia de Lula para o incremento da exportação. Os interesses comerciais estadunidenses e a Comissão Comercial Zoellick estão decididos a conseguir um "amplo e compreensivo" acordo sobre direitos comerciais, de investimento, de serviços e intelectual, ao mesmo tempo que retiram da agenda o tema do protecionismo agrícola estadunidense, já o tendo tratado na conferência de Doha (Finantial Times, 24/Set/03).

Os EUA desejam, em simultâneo, dominar totalmente as finanças, a indústria, os serviços e a investigação da América Latina (recolonizando a região através de um sistema de normas controladas pelos EUA), e proteger os seus não competitivos sectores agrícolas e manufactureiros. O Brasil, com as suas próprias poderosas corporações agro-industriais, está a tentar exercer pressão sobre os EUA mediante a formação de coligações que proporcionam maiores oportunidades para conseguir que a ALCA passe, mas com a condição de que a sua própria burguesia também se beneficie. Em Novembro próximo o Brasil e os EUA co-presidirão uma reunião para impulsionar um acordo ALCA em 2005. Os EUA conseguiram retirar da mesa de negociações o tema dos subsídios agrícolas e forçaram o Brasil a anuir a negociações bilaterais de livre comércio entre os EUA e o Mercosul no contexto da ALCA.

Os progressistas e as ONG que viram a liderança brasileira do "grupo dos 21" em Cancún como parte de um movimento anti-globalização estão totalmente equivocados. Os políticos, as políticas e as alianças brasileiras não são nem anti-globalização nem, muito menos, anti-imperialistas. A ideia de que a promoção brasileira do Mercosul seja uma alternativa à ALCA também é uma noção errada. Os líderes brasileiros consideram o Mercosul como um meio de exercer pressão sobre os EUA a fim de conseguir vantagens para as elites locais agro-exportadoras no interior da ALCA. Os brasileiros certamente negociarão e insistirão em concessões contra um regime estadunidense que quer tudo — livre fluxo de investimentos e controle da América Latina, mas protecionismo em casa.

A oposição à ALCA vem não do governo de neoliberais de Lula da Silva e sim da grande maioria dos brasileiros. Num referendo informal em 2002 votaram 11 milhões de brasileiros, e 95% estavam contra a ALCA. Os principais movimentos sociais, como o MST, os sindicatos, sectores progressistas da igreja, partidos marxistas e membros radicais dissidentes do PT, estão na vanguarda da campanha de oposição. Representam a verdadeira alternativa ao neoliberalismo no país e, deste modo, à ALCA. 


Postado por: Jovana

O Brasil e o Mercosul

    Uma das características marcantes da globalização tem sido a formação de fortes blocos econômicos, no sentido de acirrar a competitividade e promover uma maior produtividade. É evidente que o fenômeno tem explicitado problemas cruciais, principalmente para os países não-dotados de infra-estrutura e condições sócio-econômicas estáveis. Talvez por isso que o Brasil, juntamente com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, vem se empenhando para consolidar o Mercosul.
    No ano passado, o Chile passou a integrar gradualmente o Mercosul. No prazo de oito anos, o Chile eliminará por completo as taxas de importação que tributam os bens e mercadorias em circulação nos países do Mercosul. Esse ingresso do Chile foi visto com bons olhos, pois é considerado um parceiro com credibilidade. A tendência é que a Bolívia, o Peru e a Colômbia também façam parte do Mercosul, concretizando assim o fortalecimento de um bloco econômico poderoso, capaz de competir com o Nafta (acordo de Livre Comércio da América do Norte, constituído pelo México, Estados Unidos e Canadá) e os quinze países que formam a União Européia. Os países asiáticos também se mobilizam para a formação de outro bloco, integrado pelo Japão, China, Hong Kong, Cingapura, Taiwan, Coréia do Sul e Malásia.
    Nesse contexto, o Mercosul (instituído em 90) tem demonstrado resultados animadores. Hoje temos no Mercosul um potencial de 220 milhões de consumidores para um PIB na faixa de US$ 900 bilhões anuais.

      Postado por: Jovana