quarta-feira, 16 de junho de 2010

O BRASIL E O MERCOSUL

Uma das características marcantes da globalização tem sido a formação de fortes blocos econômicos, no sentido de acirrar a competitividade e promover uma maior produtividade. É evidente que o fenômeno tem explicitado problemas cruciais, principalmente para os países não-dotados de infra-estrutura e condições sócio-econômicas estáveis. Talvez por isso que o Brasil, juntamente com a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, vem se empenhando para consolidar o Mercosul.
No ano passado, o Chile passou a integrar gradualmente o Mercosul. No prazo de oito anos, o Chile eliminará por completo as taxas de importação que tributam os bens e mercadorias em circulação nos países do Mercosul. Esse ingresso do Chile foi visto com bons olhos, pois é considerado um parceiro com credibilidade. A tendência é que a Bolívia, o Peru e a Colômbia também façam parte do Mercosul, concretizando assim o fortalecimento de um bloco econômico poderoso, capaz de competir com o Nafta (acordo de Livre Comércio da América do Norte, constituído pelo México, Estados Unidos e Canadá) e os quinze países que formam a União Européia. Os países asiáticos também se mobilizam para a formação de outro bloco, integrado pelo Japão, China, Hong Kong, Cingapura, Taiwan, Coréia do Sul e Malásia.
Nesse contexto, o Mercosul (instituído em 90) tem demonstrado resultados animadores. Hoje temos no Mercosul um potencial de 220 milhões de consumidores para um PIB na faixa de US$ 900 bilhões anuais.


Postado por: Cleison Souza

O BRASIL E A ALCA




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A melhor maneira de entender a posição do Brasil quanto à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é começar por examinar os políticos chave que estão envolvidos na elaboração da sua política económica externa. 


  • O presidente do Banco Central é Henrique Meirelles, ex-presidente do Fleet Boston Global Bank, um neoliberal ortodoxo que mantem excelentes relações de trabalho com a Wall Street. 

  • O ministro das Finanças é Antonio Palocci, ex-trotzquista que renegou o seu antigo esquerdismo dogmático para abraçar as doutrinas do "livre mercado". 

  • O ministro do Comércio Luís Fernando Furlan é um milionário dono de uma empresa de negócios agrícolas — e praticante das políticas neoliberais. 

  • O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que foi presidente da Brazilian Agro-Industrial Association, é um ardente defensor dos cultivos geneticamente modificados e é colaborador íntimo da Monsanto, o gigante corporativo dos EUA. Em 25 de Setembro de 2003 o regime de Lula legalizou a soja geneticamente modificada. 


  • O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, é outro ex-marxista que virou para a direita e está a trabalhar em estreita colaboração com a US Trade Commissioner Zoellick na presidência conjunta da comissão preparatória da ALCA. 


  • O presidente Luís Inácio "Lula" da Silva, ex-metalúrgico (há um quarto de século) converteu-se à doutrina do livre comércio. Ao iniciar a reunião da Assembleia Geral da ONU, em Setembro de 2003, atacou o protecionismo dos países industrializados e defendeu a tese de que o protecionismo é o maior obstáculo ao desenvolvimento das forças produtivas do mundo e que aqueles que praticam o protecionismo ganhariam muito mais com a dinâmica de uma economia global baseada na libertação real e completa do comércio (La Jornada, 23/Set/03). 
    A estratégia do regime de Lula é promover os seus competitivos produtores agro-exportadores e conseguir acesso sem entraves aos mercados norte-americanos e europeus, especialmente de produtos cítricos e de soja, um negócio multibilionário em dólares. Para atingir esta finalidade Lula deixou definitivamente de lado qualquer reforma agrária interna séria, assentando apenas 2000 famílias nos primeiros 9 meses do seu governo, a décima parte dos governos anteriores, a trigésima das 60 mil famílias que havia prometido e uma sexagésima daquilo que exige o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

    Os agricultores corporativos do Oeste e do Sul dos EUA contam com uma voz poderosa em Washington e opõem-se a qualquer redução de barreiras comerciais e subsídios, e a administração Bush confia no seu apoio político.

    Para contrapor-se à resistência dos EUA àquilo que Lula denomina um mercado livre "verdadeiro e completo", a equipe de Lula formulu uma estratégia de pressão colectiva por meio de coligações com outros países. Na reunião de Cancún dos ministros do Comércio do mundo todo (Setembro de 2003), o Brasil esteve na vanguarda da oposição do "grupo dos 21" (países do terceiro mundo que incluem a China, a Índia e a África do Sul), exigindo o fim dos subsídios comerciais estadunidenses e europeus e a regulamentação anti-dumping. O Brasil assumiu a liderança em Cancún e obteve vantagem estratégica para as suas próprias negociações bilaterais com os EUA, a fim de impulsionar os interesses agro-exportadores sob a bandeira da "anti-globalização". A política de Lula foi, de facto, promover o neoliberalismo simétrico, e não tinha qualquer interesse em defender os pequenos agricultores que produzem para o mercado local.

    A segunda estratégia do governo Lula é consolidar e ampliar o Mercosul (grupo regional de integração económica integrado pela Argentina, Uruguai e Paraguai para incluir a Bolívia, Chile, Peru e Venezuela), não como alternativa à ALCA e sim como uma ferramenta para fortalecer a sua posição de negociação internacional em relação à América do Norte (Finantial Times, 26/Ago/03, pg. 3).

    A terceira estratégia relacionada é envolver-se em acordos bilaterais de livre comércio com outros países latino-americano a fim de conseguir mercados e apresentar aos EUA uma oportunidade muito lucrativa de ganhar diversos mercados abertos se estiverem realmente dispostos a abandonar as suas políticas protecionistas.

    O Brasil não está construindo um sistema alternativo de integração que exclua os EUA em si. Está, sim, tentando forçar os EUA a liberalizar e a proporcionar oportunidades comerciais à elite agrária que constitui a espinha dorsal da estratégia de Lula para o incremento da exportação. Os interesses comerciais estadunidenses e a Comissão Comercial Zoellick estão decididos a conseguir um "amplo e compreensivo" acordo sobre direitos comerciais, de investimento, de serviços e intelectual, ao mesmo tempo que retiram da agenda o tema do protecionismo agrícola estadunidense, já o tendo tratado na conferência de Doha (Finantial Times, 24/Set/03).

    Os EUA desejam, em simultâneo, dominar totalmente as finanças, a indústria, os serviços e a investigação da América Latina (recolonizando a região através de um sistema de normas controladas pelos EUA), e proteger os seus não competitivos sectores agrícolas e manufactureiros. O Brasil, com as suas próprias poderosas corporações agro-industriais, está a tentar exercer pressão sobre os EUA mediante a formação de coligações que proporcionam maiores oportunidades para conseguir que a ALCA passe, mas com a condição de que a sua própria burguesia também se beneficie. Em Novembro próximo o Brasil e os EUA co-presidirão uma reunião para impulsionar um acordo ALCA em 2005. Os EUA conseguiram retirar da mesa de negociações o tema dos subsídios agrícolas e forçaram o Brasil a anuir a negociações bilaterais de livre comércio entre os EUA e o Mercosul no contexto da ALCA.

    Os progressistas e as ONG que viram a liderança brasileira do "grupo dos 21" em Cancún como parte de um movimento anti-globalização estão totalmente equivocados. Os políticos, as políticas e as alianças brasileiras não são nem anti-globalização nem, muito menos, anti-imperialistas. A ideia de que a promoção brasileira do Mercosul seja uma alternativa à ALCA também é uma noção errada. Os líderes brasileiros consideram o Mercosul como um meio de exercer pressão sobre os EUA a fim de conseguir vantagens para as elites locais agro-exportadoras no interior da ALCA. Os brasileiros certamente negociarão e insistirão em concessões contra um regime estadunidense que quer tudo — livre fluxo de investimentos e controle da América Latina, mas protecionismo em casa.

    A oposição à ALCA vem não do governo de neoliberais de Lula da Silva e sim da grande maioria dos brasileiros. Num referendo informal em 2002 votaram 11 milhões de brasileiros, e 95% estavam contra a ALCA. Os principais movimentos sociais, como o MST, os sindicatos, sectores progressistas da igreja, partidos marxistas e membros radicais dissidentes do PT, estão na vanguarda da campanha de oposição. Representam a verdadeira alternativa ao neoliberalismo no país e, deste modo, à ALCA. 

    Postado por: Cleison Souza





  • quarta-feira, 2 de junho de 2010

    O BRASIL É O MERCOSUL

    O QUE É O MERCOSUL




    O MERCOSUL, ou Mercado Comum do Sul, é uma associação econômica integrada pela Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai. É não só uma área de livre comércio entre esses países, mas também uma união alfandegária com o desejo de virar um mercado comum, uma das formas mais acabadas de integração, só superada pela figura da união econômica.



    A normativa do Tratado de Assunção define critérios gerais e por isso o perfil definitivo do Mercosul dependerá das negociações que se façam durante a etapa de transição.

    terça-feira, 1 de junho de 2010

    O Brasil e a ALCA
    A melhor maneira de entender a posição do Brasil quanto à Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) é começar por examinar os políticos chave que estão envolvidos na elaboração da sua política económica externa.

    O presidente do Banco Central é Henrique Meirelles, ex-presidente do Fleet Boston Global Bank, um neoliberal ortodoxo que mantem excelentes relações de trabalho com a Wall Street.

    O ministro das Finanças é Antonio Palocci, ex-trotzquista que renegou o seu antigo esquerdismo dogmático para abraçar as doutrinas do "livre mercado".

    O ministro do Comércio Luís Fernando Furlan é um milionário dono de uma empresa de negócios agrícolas — e praticante das políticas neoliberais.

    O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que foi presidente da Brazilian Agro-Industrial Association, é um ardente defensor dos cultivos geneticamente modificados e é colaborador íntimo da Monsanto, o gigante corporativo dos EUA. Em 25 de Setembro de 2003 o regime de Lula legalizou a soja geneticamente modificada.

    O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, é outro ex-marxista que virou para a direita e está a trabalhar em estreita colaboração com a US Trade Commissioner Zoellick na presidência conjunta da comissão preparatória da ALCA.


    Postado por: Matheus
    Em 2004 o Brasil começou a crescer, acompanhando a economia mundial. O governo diz que isto se deve a política adotada pelo presidente Lula, grande parte da imprensa reclama das altas taxas de juros adotadas pelo governo. No final de 2004 o PIB cresceu 4,9%, a indústria cresceu na faixa de 8% e as exportações superaram todas as expectativas.




    O Brasil é visto pelo mundo como um país com muito potencial assim como a Índia, Rússia e China. A política externa adotada pelo Brasil prioriza a aliança entre países sub-desenvolvidos para negociar commodities com os países ricos. O Brasil, assim como a Argentina e a Venezuela vêm rejeitando o projeto da ALCA em discussão, apesar das pressões dos EUA. Existem também iniciativas de integração na América do Sul, cooperação na economia.

    Postado por: Matheus

    As Multinacionais Brasileiras

    O Brasil como Investidor


    Petrobrás, Vale do Rio Doce e Gerdau – estas são as três empresas brasileiras que aparecem na lista das 50 maiores empresas multinacionais dos países em desenvolvimento, segundo o total de ativos externos, elaborada pela Unctad.

    Estas empresas não representam exemplos isolados. Verifica-se, de fato, uma tendência recente de aprofundamento da internacionalização da economia brasileira que – se é verdade que apresenta destaque nos setores mais intensivos em recursos naturais – também tem atingido empresas de setores industriais, inclusive em alguns ramos dinâmicos, como no exemplo paradigmático da Embraer.

    No outro extremo, está a Gerdau - que depois de realizar aquisições de empresas norte-americanas - passou a apostar num ganho de competitividade via precarização dos direitos trabalhistas norte-americanos.

    Postado por:Matheus

    segunda-feira, 31 de maio de 2010

    As Multinacionais Brasileiras

       O título acima parece contraditório. Se multinacionais são empresas, como o próprio nome diz, de vários países, como poderiam ser brasileiras? O correto seria afirmar multinacionais de origem brasileira. Ou, empresas brasileiras de atuação multinacionais.
      O Brasil, que há dez anos se coloca entre os cinco principais paises em desenvolvimento absorvedores de investimentos diretos estrangeiros, também tem posição de destaque entre os maiores investidores no exterior. Petrobras, Vale do Rio Doce e Gerdau são empresas brasileiras que aparecem no ranking das 50 maiores entre os países em desenvolvimento. Mas há muitas outras, igualmente bem sucedidas, como Alpargatas, Weg, Marcopolo, Sadia, Perdigão, etc.
      O estoque de investimentos diretos brasileiros no exterior atingiu US$ 71,5 bilhões em 2005. Isso nos coloca em sexto lugar no ranking, após Hong Kong, com US$ 470 bilhões, Ilhas Virgens Britânicas, US$ 123 bilhões, Rússia US$ 120 bilhões, Cingapura, US$ 111 bilhões e Taiwan, US$ 97 bilhões. 

    As 10 maiores multinacionais brasileiras (2006)

    1 – Companhia Vale do Rio Doce
    2 – Petrobrás
    3 – Grupo Gerdau
    4 – Embraer
    5 – Grupo Votorantim
    6 – CSN
    7 – Camargo Corrêa
    8 – Grupo Odebrecht
    9 – Aracruz
    10 – WEG


    Postado por: Jovana